faroeste lamparão
para torquato neto – in memória
“agora não se fala mais
agora não se fala nada”
quando saí de casa
ia dar um tiro na cara do delegado
mas estava desarmado
estão me colocando em histórias
dos tempos do não sei onde
como se eu durando kid
comesse a filha do conde
nunca comi amarela
em cinema mexicano
muito menos a ruiva
do faroeste americano
disseram que eu tive caso de amor
que se tornou pernambucano
quando encontrei o poeta
no trailer do Ricardinho
foi me falando de mansinho
como se trampa uma batalha
pra não cair na armadilha
da grana palavra cilada
agora não se fala mais
agora não se fala nada
Artur Gomes Fulinaíma
www.arturkabrunco.blogspot.com
quantas
eras quantas anas
estive em muitos lugares algumas páginas de livros jornais
paredes e muros de cidades que nem mesmo conhecia. Me lembrava agora de um poema do livro BrazilLírica
Pereira: A Traição das Metáforas e da minha passagem por Santo André entre 1993
e 1997.
Lá conheci um músico mineiro de nome Alexandro Silva, mas
que gostava de ser chamado de Naiman. Foram longos anos de parcerias musicais
que, algumas, estão gravadas no CD
Fulinaíma Sax Blues Poesia, lançado em 2002. Em 1996, numa viagem que fizemos
em um fusca para Campinas, onde eu fui dirigir uma Oficina de Criação de Artifícios
no SESC, que me veio pela primeira vez a palavra Fulinaíma, talvez soprada por
alguma divindade mística, que nem mesmo Freud explica.
Artur
Gomes Fulinaíma
https://uilconpereira.blogspot.com/
Poétttica
Imburi – essa palavra estranha
só existe em são francisco
e me arrisco
a pensar que seja engano
o biscoito de polvilho
farinha branca no trilho
morreu mais um – menos nada
a tapioca na telha
e o sol sumiu na estrada
Artur Gomes Fulinaíma
fosse quântico esse dia
calmo claro intenso inteiro
20 de fevereiro
sendo assim esperaria
mesmo que em meio a tarde
TROVOADAS tempestades
insanidades guerras frias
iniqüidade
angústia
agonia
mesmo assim esperaria
20 horas
20 noites
20 anos
20 dias
até quando esperaria?
até que alguém percebesse
que mesmo matando o amor
o amor não morreria
Artur Gomes
www.secretasjuras.blogspot.com
Bolero Blue
beber
desse conhac em tua boca
para matar a febre
nas entranhas entredentes
indecente
é a forma que te como
bebo ou calo
e se não falo quando quero
na balada ou no bolero
não é por falta de desejo
é
que a fome desse beijo
furta qualquer palavra presa
como caça indefesa
dentro da carne que não sai
Artur Gomes
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