Jura
Secreta 54
nossas palavras escorrem
pelo escorrer dos anos
estradas virtuais
fossem algaravias
nosso desejo que não se concreta
eu tenho a fome entre os dedos
a sede entre os dentes
e a língua sobre a escrita
que ainda não fizemos
e o que brota desse amor latente
se o desejo é tua boca
no lençol dos dias?
Juras secreta 62
tenho estado
entre o fio e a navalha
perigosamente – no limite
pulando a cerca da fronteira
entre o teu estado de sítio
e o meu estado de surto
só curto a palavra viva
odeio uma língua morta
poema que presta é linguagem
pratico a SagaraNAgem
na esquina da rua torta
Artur
Gomes
do livro Juras Secretas
Editora Penalux – 2018
https://arturgumes.blogspot.com/
a traição das metáforas
pássaro sem teto acima do delírio
coração de porco crava no oco da noite
a faca cega punhas de cinco estrelas
na constelação do cão maior
sob as pedras a água escorre
cada vez mais longe de mim
as vezes pergunto sim
as vezes respondo não
qual o sentido da folha
despetalada no chão?
áfrica sou raíz & raça
orgia pagã na pele do poema
um feixe de luz
contra a parede das ruínas
nos seios deste terra eu vi
projeto foto poesia
FULINAÍMA MultiProjetos
Artur Gomes - poesia fotografia
portalfulinaima@gmail.com
(22)99815-1268 - WhatSaap
http://arturfulinaima.blogspot.com.br/2016/07/a-traicao-das-metaforas.html
o que vem do mar
os búzios não mentem jamais
no que vem do mar além de mim
em seus mistérios muito mais
o que vem do mar é salgado
o que vem do mar é sagrado
o que vem do mar eu não vendo
o que vem do mar não revendo
o que vem do mar eu não falo
o que vem do mar não empresto
o que vem do mar é meu falo
posso jurar que não presto
o que vem do mar que já fui
o que vem do mar o que sou
o que vem do mar me reflui
o que vem do mar eu te dou
Federika Lispector
https://coletivomacunaimadecultura.blogspot.com/
Amanhã 30/08 - 2024 – é Nós em nome da Poesia dos cachorros loucos
nasci em agosto
a contragosto
pai não me disse
mãe também
o preço da vida
o remédio pra ferida
o custo em cada missa
pra dizer amém
Artur Gomes
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Irina ontem me perguntou se eu estava bem. Em relação a segunda sim, acho que o ofício de poeta me refaz. Enquanto isso Irina vem e vai como uma rima levada pelo vento sem tempo de captar
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Mais perguntas chegando sobre o livro Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim. Desta vez da minha querida amiga Eugenia Henriques e me remetem outras possíveis facetas do Vampiro que eu mesmo não tinha ainda atentado pra elas. Como o livro é escrito por 12 personagens a resposta para Eugenia pode ser verdadeiramente positiva, ou pelo menos estar presente nas entrelinhas das metáforas.
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Apesar da saúde da máquina corporal meio baqueada vamos chegando aos 7.6. Com 51 deles dedicados a poesia, jornada iniciada em 1973 com o lançamento do livro Um Instante No Meu Cérebro, livro com poemas dedicados aos ídolos musicais da época e a máquina linotipo, na Oficina de Artes Gráficas da Escola Técnica Federal de Campos, onde trabalhei de 1968 a 1985.
Ofício de Poeta
franzir a noite
é o mesmo que bordar o dia
costuro o tempo
com linha de pescar
moinhos de vento
entre o franzir e o bordado
escrevo um desenredo
e vou foto.grafando
filmando poesia
na solidão dos meus brinquedos
Artur Gomes
O Homem Com A Flor Na Boca
Editora Penalux - 2023
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fotografia
meu olho gótico TVendo
em mar de fogo e maresia
Artur Gomes
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foto grafia
na veia
netuno perdeu seu sapato
na areia
Artur Gomes
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fotografia
a arte de transformar o tempo
em poesia
Artur Gomes
Foto: may pasquetti
Congresso Brasileiro de Poesia
Bento Gonçalves-RS -outubro 2015 leia mais no blog
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reformar recriar revisitar
ontem fiz uma postagem sobre os 7 anos da perda de Belchior para a cena cultural do país. Assisti no Canal Brasil o programa sobre a trilogia re de Gilberto Gil, com foco sobre os discos: Refazenda, Refavela, Realce, onde ele fala da necessidade de reformar recriar revisitar.
https://www.youtube.com/watch?v=K3d_9TkZkcU
E no Roda Viva retrô de 1991, Gil é entrevistado por um grupo de jornalistas, que dialogam sobre as questões verdes, no meio ambiente, e suas visões políticas holísticas, cosmopolitas.
https://www.youtube.com/watch?v=M93WYLtuwSo
Hoje vi em um dos meus grupos no zap o comentário do Luis Turiba:
“Viva Belchior
Porque hoje é sábado”
E me remete ao emblemático poema de Vinícius de Moraes que invadiu os palcos do Brasil lá pelos idos dos anos 70. Revisitar este poema e recriá-lo é um dos meus desafios do momento.
Artur Gomes
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Da Nascente A Foz : Um Rio De Palavras
ela não era apenas
carne para a fome
do desejo
ela era o próprio desejo
da fome
estampada em letras grandes
na foto grafia do teu nome
Artur Gomes
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