FULINAIMAGEM
Campos: 184 Anos
:
Onde estão os Goytacazes?
BraziLírica Pereira revisitada
Leminki
Ando
só olho ana à vera
faça outono ou primavera
quantas eras quantas anas
em carnaval meu olho disse:
ana à vera vera ana
ana clara claralisse
vejo ana lendo eunice
quando li eu vi luana
e
ana ali
só vi liana
ana verso
analice
um
lance de dados
doze e quarenta
e seis
mallarmè
na hora incerta
dormindo invisível segunda
semana de dedos nas bocas
sinal inviável na quarta
dedo de deus numa terça
jogando dados na sexta
macabea
vozifera
lady gumes a diretora geral do presídio federal de
brazilírica, impressionada com a decisão pungente das metáforas em produzir
libertinagens, traçou um plano para que as meninas pudessem vez em quando
sobrevoar os céus do parador em grande falo gigante capricónio tropical.
macabea, a ofendida tentou de tudo: forjou mentiras,
corrompeu guardas, comprou juízes, cooptou alunos, advogados de deus e do
diabo, para que o vôo libertino das metáforas fosse exterminado.
"não estou aqui para que pintores sem a mínica
competência pictórica tentem lambuzar com qualquer tinta da porra a minha
estrela que não sobe". voziferou Macabea.
mas lady gumes, decidida, prosseguiu afinado a faca de dois
gumes e, no momento exato final e derradeiro, serrou as grades de ferro que
amarravam as portas do corredor central. assim feito, as metáfroas sobrevoaram
com o zepelin rasante, levando nas asas o seu másculo músculo aninam, e as
metáforas se abriram flor de lotus tropicalha como filhas do chico da
mangueira.
murilínDia
por cima dos pianos
na madrugada devorando
amoras.
macabea invoca nossa
senhora das derrotas
o poeta flama inverso
macabea chora.
experimental barroco o
poeta sobrevoa
palácios e urubus.
macabea tenta
mas não consegue ser
pagu. para enfrentar o desvario.
o poeta está nu cio.
macabea corre o poeta experimental
passeia sua cueca
monossilábica
o poeta é phoda.
macabea pede:
o menino faz que não
entende.
macabea implora:
e o poeta põe na
metáfora do cu.
B
no
coração dos boatos
isso aqui não é a hora da estrela,
minha mãe não é alice
que apesar de freira, de hábito só tinha o vício
de me prender pro entre o crucifixo
colocado em suas
pernas.
macabea vivia falando sozinha
pelos corredora federais da outra iquisição.
conseguia vez em quando reunir alguns habitantes mal
informados sobre a inssurreição
das artes aromáticas
e passava o tempo querendo mostrar
seus dotes na culinária nua e crua.
seviciadas pelos estivadores daquele cais do porto
tentou arrancar o sexo com as unhas
e enlouqueceu uivando como loba amarrada à santa cruz da
goiabeira.
pessoas que me comovem são
aquelas que vivem ou viveram com os seus fios elétricos ligados cuspindo seus
relâmpagos suas trovoadas sobre as nossas tempestades. Sou fanático sim por
blues samba e reggae. faço as minhas escolhas independente do meu coração partido
e sigo vivo com os Dentes Cravados na Memória para nunca jamais esquecê-las. pessoas
que me comovem rasgam o peito e deixam sangrar poesia.
Poética
100
desconstruir os objetivos fascistas
: eis a questão
missão diária de cada um de nós
poetas
quando sabemos que a linha torta
é muito mais
que um poema em linha reta
Poesia:
Fulinamgem
Linguagem:
toda viagem
Quando
Zeus me
apresentou o raio conheci um pássaro azul que me guarda na varanda
tragicomédia
brasileira I
a boca salta pela língua
vísceras de peixes nos varais
meu corpo parede sem reboco
anjo barroco em trapos ancestrais
a casa de cimento pai à pique
roubaram da criança
o piquenique
no país que já foi meu
hoje não mais
Mário Faustino re-visitado
experiência: vida/viagem
poesia toda linguagem
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